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Multiversos ou Disco de Artista ou M​ú​sica de Poeta

by Tuca Webb

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1.
Ele aprendeu a usar novas fontes de energia, expandiu as engrenagens e se colocou em perigo. Sacrificou a própria sobrevivência pelo consumismo. Não se encontra com os amigos, não caminha numa praça e nem conhece o vizinho. O vazio não pára crescer. Seu luto é um pretexto estúpido e cômodo para não mudar nada. O amor é chamado para reconquistar esse terreno baldio. Talvez a única saída. Mas poucos de nós tem o prazer de amar incondicionalmente, com a infinitude do gesto de oferecer uma revolução pro amor. O amor é um ato revolucionário ou não é nada. Por isso é preciso subverter o mundo como ele é. Mais paixões que sentimentos, mais desejos que vontades, mais razão do que o cálculo, mais amor do que apego. O mar não é pra qualquer um, Se não há fôlego, não pode nadar, Você não tem dinheiro, nem pressa, Cuidado, moço, vai se afogar, Estrelas morrem bem perto da noite, Há luz intensa, fagulhas no ar, Ficar parado não é boa opção, Por isso saia logo desse lugar, Agora dê um passo à frente, Pra nada mais poder te queimar, Antes que seja tarde demais, Não jogue nunca sem se arriscar.
2.
Enquanto ela sonhava pela sala, Eu enterrava todo ouro, Ainda tínhamos o sangue frio de uma serpente, Com a fome de um coração felino, A imensidão entre a palavra e seu sentido, Posso dizer que não temos mais limites, Quando seu sangue começa a ferver, Como o lobo que grita atrás da lua... O mar é tão profundo, o céu é infinito, Viajo o tempo, transcendo o espaço. O que você faria se você fosse um alquimista?!
3.
Perdeu-se quase tudo de uma memória, Mais outra vez o pesadelo me apavora, A luz da nossa rua está sumindo, O que sobrou de um lugar que era vivo, Três balas saem de um cano enferrujado, O homem aponta o dedo, alguém é espancado, Surgiu uma pessoa, sem dizer uma palavra, Jogaram aquele corpo em qualquer estrada... Não solte os cachorros pra cima de mim... Toda vez que você vacilar, Não solte os cachorros pra cima de mim... O que acredito nunca vai mudar.
4.
Vendaval 03:33
Queria apenas que eu pudesse explicar, Porque que tudo não passa de egoísmo, São essas coisas que deixamos para trás, Porque eu sei quanto tempo foi perdido, Mais uma guerra sem outro amanhã, É nosso corpo à procura de abrigo, Anjo caído que dorme na sarjeta, Alma perdida que vaga sem destino... O sol que morre, lua que nasce, A solidão é nossa saudade. O vento sopra no ouvido, Um vendaval feito suspiro.
5.
Crises políticas e econômicas, desastres ambientais, violência, consumo, desencontros. O que resta do Velho Mundo. Um lugar cheio de ódio e de opressão, devorado pelo egoísmo, pela arrogância e pela corrupção. Estamos na Era do Vapor. Nossas reservas de energia e de alimentos, a tecnologia e a informação são ferramentas de controle das grandes Corporações que dominam os Estados. Nossos corpos se afundam na lama. Não dá mais pra respirar, tudo beira à loucura. A boa notícia veio de longe. De uma realidade alternativa distante daqui. Muitos chamam esse universo de Novo Mundo. Agora é tarde pra voltar atrás. Essa utopia já está enraizada no mundo das idéias. Daí a gente começa do zero novamente. Acho que você sabe de toda verdade, Nem todo mundo tem o que merece, Lá fora a gente passa um sufoco, Demora muito pra sair do fim do túnel, Mas toda morte sem razão é assassinato, Não fique quieto como quem sabe nada, Grite mais alto, nunca mais esqueça, Seu silêncio é como tiro na minha cabeça.
6.
O rato é solto numa encruzilhada, Gato raivoso pela madrugada, Barata tonta num Alfa Romeo, O cão está com marcas de pneu, Aranha tece o seu cobertor, Besouro fede no elevador, O sapo anda muito cabisbaixo, O pombo preso no cabo de aço... Mosquito rouba nosso sangue, Formiga se afoga pelo tanque, A mosca vive num breve tempo, Abelha morre com veneno.
7.
Quando você percorre toda sua trajetória, Demora muito pra chegar no topo da montanha, Quando você percebe que o caminho tá errado, Não perca sua cabeça, sempre há mais uma saída... Um dia de cada vez.
8.
Há muita bomba por aí, Ninguém quer acreditar, Tenho visto tanta coisa, Que jamais imaginei, Tudo era sacanagem, Você veio me dizer... Fiquei fora do ar, meu bem, Nenhum lugar irá sobrar.
9.
Toda fuga tem sua artimanha, Não existe vida sem façanha, Esquecemos tudo no caminho, Nós estamos à beira do abismo... Nosso corpo cheira gasolina, Nosso sangue é pura toxina, Um amor que é todo rarefeito, Coração de plástico imperfeito... Embalado pro consumo, Envenenado no absurdo.
10.
Ando desligado dos sentidos, Não escuto mais nenhum ruído, Com os pés molhados entre lírios, O meu coração tem muitos vícios... Cada coisa qu'eu invento, Não vou mais noiar.
11.
Eu já fui, você é, O que restou, Eu parti, você foi, Ninguém ficou, Eu cai, você viu, O céu fechou, Eu morri, você não, Tudo acabou. Só lembro da dor, Nada inspirador.
12.
Há dias eu escrevi sobre nosso regresso dos universos paralelos, que descobrimos em nossa recente viagem hiperespacial. Especificamente de uma dimensão que nós chamamos de Novo Mundo. Dessa vez foi provado que naquelas terras paralelas encontramos dimensões habitadas por mais povos e animais que nosso Velho Mundo. Tivemos que atravessar o encontro dos rios da imortalidade e das dores. Pegamos a balsa de Caronte, o único barqueiro daquela dimensão, que nos levou rapidamente para a outra margem da realidade, na direção oposta do oceano, além dos desertos do esquecimento. A terra é fértil e agradável, de muitos montes e abismos, de vales infinitos, regada de grandes fontes e rios, coberta de densos e extensos bosques, povoados de criaturas de todas as espécies. Nela nascem grandes árvores que produzem frutos que nos levam a sonhos acordados. Se por certo o paraíso existisse em alguma parte do universo, creio que não deve ser longe desse Novo Mundo; situado à luz de uma lua, entre uma chuva de estrelas e uma nuvem de meteoritos, com ares tão amenos e temperados, que nem no inverno congela, nem no verão afugenta. É possível extrapolar a matéria com as infinitas possibilidades da imaginação. Atravessar os universos, gravitar sem limites. Acessar a essência das coisas, a energia em constante movimento de todos os seres e dos elementos, os conhecimentos do passado, as metáforas do presente, as imagens do futuro. Esperamos que essa transmissão chegue a tempo para nossos próximos, amados e desconhecidos, ou para nós mesmos em alguma realidade paralela. A vida é deliciosa e amarga, é suave e dolorosa. Antes que seja tarde demais. Não desista, apenas viva. A luz rasgou no tempo, Corpo celeste ao léu, O som ecoa ao vento, Um feixe azul no céu, O vulto sai do beco, Ele não é um corpo, Esconde algum segredo, Ele é um bicho solto. Viajante das estrelas, O amante das galáxias.

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released August 5, 2016

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Tuca Webb Belo Horizonte, Brazil

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